O que é Worship? Ou estilo musical Worship?
- Assessoria de Comunicação
- 9 de mar. de 2021
- 7 min de leitura
Atualizado: 12 de mai. de 2021
O termo worship é traduzido para o português como adorar ou adoração. O termo passou a ser empregado nos últimos anos para designar um estilo musical e um estilo de culto nas igrejas evangélicas. Neste artigo vamos abordar algumas características do estilo musical.

O que é?
Como sempre aqui em nossas terras tupiniquins, onde já tínhamos a palavra adoração para definir o “estilo” ou um conjunto de estilos usados e aceitos para louvor, por aqui temos o costume de valorizar um pouco mais se for americanizado, abandonamos o termo em português e passamos a usar o termo Worship.
Nos EUA o termo worship é usado para designar o culto, através da expressão “Worship Service” ou serviço de adoração, que é o nosso equivalente ao culto. Logo as músicas tocadas neste serviço faziam parte do Worship ou da Adoração.
Este agrupamento de estilos aceitos não é novo, mas em sua versão moderna com inicio na década de 80 começa a ganhar características mais marcantes e desde então veio evoluindo, até que surgiu nos últimos 10 anos sua versão mais moderna, que chamamos de “estilo Worship” ou “Worship Music”, basicamente estamos falando de bandas que se espelham em grupos como Bethel Church, Desesperation Band, Elevation Worship, Centric Worship, House Fires, entre outras.
A versão moderna do estilo possui fortes influências do folk, soul, rock e pop, com a presença quase que unânime dos pads e de guitarras, que praticamente assumem o lugar dos órgãos e pianos. Os famosos pads criam o que chamamos de ambientação, um som constante que da sustentação para a música, que pode vir acompanhado de um bom piano. Guitarras com distorções leves tipo crunch e efeitos como delay, reverb e/ou shimmer.
Outra característica muito forte está baseada nos improvisos vocais melódicos aplicados nas introduções, pontes instrumentais e finalizações de frases. Nos períodos até então dedicados aos solos de instrumentos, agora dividem espaço com os chamados “espontâneos”. Alguns grupos criam espaços com vários compassos de duração em que deixam os pads soando, com os demais instrumentos apoiando apenas com poucas notas, arranjos bem definidos, deixando o clima suspenso, propenso para os espontâneos e ministrações.
Em bandas como a Bethel teremos os espontâneos bem presentes nas apresentações, momentos de improvisos que vão além de arranjos vocais, dando liberdade para o ministro ou cantor improvisar também na letra, repetições e também arranjos vocais. O espontâneo por vezes é atribuído a inspiração do Espírito Santo, outros ao coração, mas pode ser pensado e ensaiado previamente, neste caso ato de incluir uma parte não original é tratado como espontâneo. Na grande maioria dos casos é respeitado o campo harmônico e alguma sequência de notas já existente na harmonia da música.
Veja no exemplo abaixo:
Temos alguma base bíblica para este estilo?
Infelizmente não, nem para o Worship e nem para os demais estilos. Não existe nada dizendo que pode ou não, nem nas entrelinhas. Se alguém estiver achando texto para explicar estilos, fique atento, porque a imaginação da pessoa está correndo solta.
A bíblia é muito vaga nestes aspectos, ela em nenhum momento traz um texto que possa auxiliar ou determinar um estilo musical. Se levarmos em conta então a modernização dos instrumentos e criação de novos, fica mais difícil ainda achar uma base para justificar qualquer coisa que façamos.
Eu poderia até citar textos de I e II Crônicas, Samuel e Davi, onde falam sobre o uso de alguns instrumentos no culto no templo, mas não ajudam a explicar que ritmos eram aplicados, tão pouco são claros ao ponto de nos auxiliar a definir um alicerce sólido para o tema. Sim, instrumentos foram usados para música dentro e fora do templo, alguns mais específicos foram escolhidos para uso no Templo e outros foram deixados de fora, sem evoluir para detalhes mais técnicos.
E o lado espiritual que tanto falam por ai?
Entendemos que a parte espiritual não tem relação com o estilo musical, todo bom cristão e ainda mais aqueles que se dispõe em expor seus dons em público, devem ter como princípio básico de vida a oração e leitura da palavra.
Entendemos também que tirando nossos atos de crer, orar, ler a palavra, amar o próximo, amar a Deus e zelar pelo nosso dom, nada podemos fazer em relação ao que o Espírito Santo irá fazer, é a vontade de Deus soberana agindo no meio do seu povo. O que devemos é ensinar que Deus ainda se manifesta, crer nesta manifestação e buscar incansavelmente pela graça transformadora.
Poderia dizer para você proclamar várias frases prontas, declarações de fé que deixariam até os apóstolos arrepiados, mas nada disso surtirá efeito se não houver uma vida de oração e leitura da palavra, o resto é consequência do conhecimento e amadurecimento do cristão.
No final do artigo sugerimos outros artigos relacionados, já incluindo alguns falando um pouco mais da questão espiritual.
O que tem surgido de novo nesta linha?
Tendo como principal influência a Bethel Church, são o acréscimo de outras artes durante o período musical, surgindo desenhistas, cartunista, pintores, batismo rolando simultaneamente com o período de louvor, e por aí vai… estão dando asas a imaginação.
Worship é o estilo correto para adoração?
De forma alguma, não temos base bíblica para afirmar qual estilo é o correto, qual é o que agrada a Deus.
Incluo nesta negativa os Corinhos de Fogo, Hinos da Harpa, Cantor Cristão, Hinos da Reforma, Músicas Clássicas, e qualquer outro estilo.
NÃO EXISTE NENHUM TEXTO BÍBLICO QUE ORIENTE PARA UM ESTILO MUSICAL, se for levar a ferro e fogo, deveríamos tocar ritmos e usar instrumentos dos hebreus/judeus/israelenses.
Vale a pena você ler também o artigo sobre “O que é louvor?“, pois a partir dele expandimos a visão sobre o louvor e adoração, sendo uma extensão do contexto do Worship.
Porque este estilo tem sido tão usado e difundido?
Resumindo! É porque atrai a grande maioria dos jovens e adolescentes, eles gostam, se identificam muito com esta linha. Muitas das músicas têm aquela levada mais melancólica, carregada de harmônicos, que mexem com a cabeça da juventude, além de criar um clima agradável.
Temos que concordar que a dinâmica da execução deste estilo torna o ambiente agradável para oração e intercessão. Particularmente (eu, o autor do texto) não se sinto a vontade para um período de oração com um rock pesado (que gosto muito) ou um forró (não curto).
Tem algum texto bíblico para colaborar com o estilo?
Nenhum, nem para dizer que o estilo é correto ou incorreto. Se achar nos avise.
Podemos até apelar para uma pesquisa cultural, entrar no mérito histórico, discutir se devemos ou não de usar a cultura dos hebreus como base para definir o estilo musical, ou falar sobre os limites da inclusão de elementos da cultura de origem de cada convertido. Mas provavelmente não cairia bem no gosto ocidental.
Um debate deste tamanho é complexo primeiro pela ausência de uma orientação bíblica, e segundo pela falta de maturidade histórica. Se pensarmos que nos dias de hoje, com todo o acesso a informação existente, ainda temos defensores da música erudita européia como a música politicamente correta, e outros que defendem os forrós pentecostais como mais espirituais que as outras. Sequer sabem distinguir o que é um alicerce, um fundamento bíblico de seus gostos pessoais.
Não caia na tentação de usar o velho argumento: “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem.” João 4:23, pois ele não tem correlação alguma com a música, com estilo musical, com reverb, shimmer, ou qualquer outra coisa usada neste estilo musical.
Porque adotamos o estilo Worship?
Sim, culpados e sem hipocrisia, adotamos sim a linha worship como base, além de incluirmos um pouco de música eletrônica, rock, black, R&B e até uns reggae, forró e funk (americano).
Toda banda precisa um dia decidir qual será sua linha principal de trabalho, e a nossa foi o pop/folk.
Mas o que buscamos vai além do estilo musical em si, priorizando o conteúdo das letras, mesmo sendo algumas letras curtas, mas que tragam a mensagem de Cristo, que incentivem as pessoas a cantarem os seus feitos, o quão maravilhoso ele é, o quão poderoso, quão grande é sua graça, seu amor e sacrifício.
Analisando de uma forma diferente
Tentamos na medida do possível não espiritualizar a análise, realizamos uma avaliação do comportamento dos ministérios, do público e características do som.
Evitamos criar interpretações fora do contexto para justificar gostos pessoais.
Você irá notar uma ausência de bases bíblicas, pois não estamos avaliando o contexto espiritual do estilo neste momento, haverá um momento oportuno no futuro, em um outro artigo para abordar este contexto.
Este estilo tem um grande apelo entre jovens adultos, jovens e adolescentes, que se identificam mais com o formato da execução.
O estilo possui algumas características bem marcantes que descreverei abaixo, mas existem exceções, é uma visão mais lúdica e racional, sem apelos espirituais, com um toque de humor em alguns momentos:
Ambiente jovem, despojado ou rústico, de preferência ambientes escuros, que permitam usar iluminações mais atraentes;
Músicos e Cantores com aparência jovem, penteados mais modernos, se possível umas tatuagens aqui e outras ali, pelo menos um ou dois homens na banda no estilo lenhador;
Se tiver um músico com coque ou com algo prendendo o cabelo, acho que ganha mais uns pontos;
Músicas:
Mais melódicas;
Preferencialmente em tons menores;
Com muita frequência usando sequências de notas (6ª > 4ª > 1ª > 5ª ou 4ª > 5ª > 6ª);
Poucos acordes, em média de 3 a 4 acordes, quando um pouco mais elaboradas, incluem uma passagem ou inversão;
Quanto mais demorado o processo para alcançar o ápice da música (momento mais carregado, com mais notas e volume), mais worship ela é;
Sempre que possível rola um espontâneo, aquele momento em que o líder, cantor, ministro ou lead começa a improvisar os versos;
Letras
As canções geralmente não possuem letras muito extensas, em média 2 estrofes, 1 refrão e 1 ponte/passagem (quando tem a ponte);
Na execução podem exagerar um pouco nas repetições do coro e da ponte;
Duração da música
Em média de 4 a 6 minutos sem o espontâneo;
Estilo musical
Nem adoração e nem worship são estilos oficiais de música;
A grande maioria fica entre o POP e o Folk, com leves influencias de Rock e Country;
Particularmente acho que poderia dizer que algumas músicas possuem um toque de música celta e new age;
Instrumentos
Guitarras com drives medianos, com muito reverb ou delay, se tiver um shimmer o negócio fica louco;
Teclados, muito pads acompanhados de pianos;
Baixo sempre em marcação simplificada, sem slaps, sem grooves, sem firulas, realmente faz o papel de acompanhamento e marcação;
Bateria trabalha um pouco mais que o baixo, principalmente pratos, no ápice da música, os pratos, ah os pratos;
Violão, depende muito da música para determinar a intensidade que ele irá aparecer, mas no geral ele quase sempre está presente, as vezes só não ouvimos (o reverb e o pad são dominantes);
Grupo de dança
Isso já não é unânime, nem todos os grupos possuem dançarinos, mas a dança tem feito parte do contexto dos cultos de Worship;
Concluindo…
O objetivo não é atacar ou desconstruir o estilo.
Se você gosta do estilo, não há nada demais em tocá-lo, assim como para aqueles que gostam de músicas mais clássicas, corinhos de fogo ou outros estilos.
Existe um aspecto cultural muito forte envolvido, vem de suas influências, gostos particulares. Só não tente empurrar goela abaixo como sendo esta a vontade de Deus, que o seu gosto ou do seu grupo é o Santo, rotulando os demais de profanos.
O que fizer, faça com amor, para Deus e para ao Próximo, sempre submisso a palavra, e no mais, curta a graça do Pai.
Fonte: Mais que Adoradores
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